A CASA

sexta-feira, 20 de agosto de 2010|
Eu sozinha enfim, nessa casa sem vida, os retratos desbotados na parede amarela pelo tempo que passa, sinto os mesmos retratos a me olhar, eles me seguem, falam comigo coisas que não entendo. O que será que de mim querem?

O telefone toca! Quem será? O telefonema nunca se completa! Será que realmente ligam ou o telefone sequer toca e é apenas a minha imaginação a me dizer o contrário?
Tenho que sair desta casa agora ou me livrar de alguma forma do desconforto que ela me traz.
Ela é um ladrão que no meio da noite chega e leva minha sanidade consigo.
A loucura se arrasta para dentro de mim e me consome como uma doença nefasta.
Ela me controla me transformando num monstro.
As luzes queimam meus olhos, a escuridão é minha mãe.
O que faço: vivo aqui com os retratos que falam comigo e o telefone que nunca toca? Ou saio e me exponho à luz que me cega?

Não sei! Só sei que aqui enlouquecerei...


AUTORIA: Elizabeth C.

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